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ESG e a cadeia produtiva de proteína animal: Entenda a relação

ESG e a cadeia produtiva de proteína animal: Entenda a relação

ESG e a cadeia produtiva de proteína animal: Entenda a relação

7 de abril de 2022

Tempo de Leitura: 11 minutos

Na conjuntura atual é necessário elevarmos nossas preocupações com o meio ambiente, com responsabilidade social e com governança corporativa. No mercado de proteína animal,  a preocupação é demonstrada pela ascensão das práticas de ESG em todos os elos dessa cadeia.

O ESG foi desenvolvido justamente com o objetivo de selecionar, acompanhar e valorizar as organizações que reconhecem e que adotam boas práticas que vão além da sustentabilidade. 

Assim, para atender aos preceitos da agenda ESG, a cadeia de proteína animal entendeu que é importante ter os incentivos certos para uma sociedade consciente dos riscos das mudanças climáticas, adoção de novas tecnologias, linhas de financiamentos criativas e, principalmente, busca pelo conhecimento em diversos estágios.

Por isso, é fundamental que os responsáveis de toda a cadeia da proteína animal priorizem a importância do significado de cada letra do ESG, além dos impactos deste conjunto de políticas sobre o universo da carne, da fazenda até o mercado consumidor.

ESG na cadeia da proteína animal

Basicamente, o conceito ESG é representado pelo total equilíbrio entre os aspectos ambiental, social e de governança na gestão de praticamente todos os negócios, inclusive a cadeia de proteína animal.

A sigla ESG, que em inglês representa Environmental, Social and Corporate Governance, (ambiente, social e governança corporativa) caracteriza-se por um conjunto de políticas utilizadas para orientar empresas, investimentos e escolhas de consumo focadas em sustentabilidade. 

Entenda brevemente o que significam estas três letras, que são os pilares do ESG:

  • Environmental (Ambiental) – Engloba tudo o que diz respeito à conservação e à redução de impactos negativos de todo tipo de atividade sobre o meio ambiente.
  • Social – envolve a relação social entre os diversos atores que participam de um processo produtivo, desde colaboradores, investidores, fornecedores até comunidades do entorno. 
  • Governance (Governança) – Faz referência à governança corporativa e administrativa de um negócio. Por meio dessa governança são tratadas questões relacionadas a crescimento, transparência, comunicação sobre performance de resultados e questões relacionadas à ética e compliance.

Assim, como cada pilar diz, a agenda ESG procura selecionar aqueles agentes do mercado que:

  • Buscam o desenvolvimento sustentável, garantindo a harmonia entre a produção com o meio ambiente;
  • Desenvolvem a relação com o ambiente social, junto de colaboradores e consumidores;
  • Garantem os direitos dos acionistas, com regras de compliance e de governança.

Além do mais, diante da pressão de ONGs, do mercado consumidor e de investidores, as indústrias brasileiras de proteína animal vêm investindo cada vez mais em iniciativas que atendam aos critérios de sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa, como veremos a seguir.

 

Nova call to action

Iniciativas de empresas de proteína animal com foco em ESG

Como vimos anteriormente, os três pilares do ESG possuem extrema importância no mercado de proteína animal e prometem ganhar ainda mais espaço no futuro próximo. 

Cada dia mais as atitudes voltadas para o âmbito social e ambiental têm sido valorizadas no mercado corporativo e no ramo de proteína animal não será diferente. As grandes companhias de proteína animal já entendem a importância e investem pesado em procedimentos ESG. 

Quem saiu na frente foi a JBS. A maior companhia do setor de carne bovina do mundo foi a primeira a anunciar seu compromisso de zerar o saldo líquido das suas emissões de gases do efeito estufa até o ano de 2040. Para isso, pretende realizar investimentos de US$ 1 bilhão nos próximos nove anos. 

A multinacional de proteína animal tem também como propósito vetar a compra de gado de áreas com pendências socioambientais, promover a economia de energia e a destinação correta dos resíduos dos processos produtivos. 

Outras gigantes do setor de proteína animal também investem em medidas ESG. A BRF, por exemplo, já tem 93% da sua energia sendo proveniente de fontes renováveis. Até 2030, o objetivo é alcançar a autossuficiência, gerando energia a partir de placas solares e geração eólica.

A BRF também tem o objetivo de zerar o balanço de emissões de carbono até 2040, tanto nas próprias operações frigoríficas quanto na cadeia produtiva.

Mas, os pilares do ESG precisam focar toda a cadeia da proteína animal, do campo ao varejo. Dessa forma, lá no começo da cadeia, ou seja, nas fazendas produtoras, é cada vez mais comum observarmos sistemas de produção devidamente monitorados e rastreados pelos compradores.

Um dos grandes desafios de se aplicar a rastreabilidade e o monitoramento completos dos fornecedores na cadeia produtiva de carne e couro bovinos é a existência de fornecedores indiretos, uma vez que, enquanto algumas propriedades rurais contemplam todas as fases de produção (cria, recria e engorda), as chamadas fazendas de ciclo completo, outras são especializadas em somente uma fase da produção, e vendem seus animais para outras propriedades que realizam as fases subsequentes, gerando inúmeras movimentações fazenda-a-fazenda, com muitos elos envolvidos, tornando a cadeia de suprimento mais complexa.

A Marfrig, por exemplo, já conta com 100% da sua cadeia de fornecedores diretos devidamente mapeados, e quer ampliar o rastreamento na Amazônia e no Cerrado para os indiretos até 2025 e 2030, respectivamente. Junto ao Grupo de Trabalho dos Fornecedores Indiretos, a Marfrig utiliza uma ferramenta que permite aos pecuaristas informar a origem dos animais adquiridos de fornecedores indiretos.

A JBS, por sua vez, além de também criar uma plataforma para monitoramento de fornecedores diretos e indiretos de gado, recentemente anunciou que vai adiantar em cinco anos, de 2030 para 2025, sua meta de alcançar o desmatamento ilegal zero nos biomas Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga.

Responsabilidades de produtores quanto ao atendimento aos pilares do ESG

A maior característica do mercado de proteína animal é sua operação em rede, ou seja, interconectada do início ao fim da cadeia. Portanto, a exigência ESG precisa ocorrer em todas as fases, antes, dentro e depois da porteira.

Assim, pecuaristas e demais agentes que atuam “antes e dentro da porteira” têm também suas responsabilidades para fazer com que o sistema produtivo consiga atender as exigências quanto ao ESG.

Primeiramente, pecuaristas devem entender a importância dos princípios que hoje norteiam as boas práticas de bem-estar animal que são:

  • Estar livre de fome e sede
  • Estar livre de desconforto
  • Estar livre de dor doença e injúria
  • Ter liberdade para expressar os comportamentos naturais da espécie
  • Estar livre de medo e de estresse

Para atender estes princípios, o investimento em tecnologias que melhorem todos os aspectos dentro da atividade torna-se imprescindível. 

Dentre essas tecnologias vale citar o melhoramento genético, Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), suplementação mineral, manejo de pastagem, treinamento dos colaboradores sobre manejo racional, abate humanitário e transporte de animais vivos com o máximo de bem-estar.

O mais interessante é que, ao investir nestas tecnologias, naturalmente o pecuarista estará investindo também em ESG.

Isso até pode parecer estranho, mas o aumento do bem-estar ajudará na intensificação da produção de forma geral, fazendo com que a atividade pecuária seja muito mais sustentável, com animais atingindo a puberdade de forma mais precoce, com melhor eficiência alimentar e sendo terminados mais rapidamente com menos recursos. 

Tudo isso trará também melhor eficiência energética com reaproveitando da água e demais ações com foco em sustentabilidade. 

Por exigência do mercado, estes mesmos pecuaristas devem investir em processos de produção baseados em Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne de Baixo Carbono (CBB), devem também promover o controle do desmatamento, mitigação da emissão de Gases de Efeito Estufa e controle das mudanças climáticas que impactam diretamente a produção agropecuária.

Nestes aspectos, considerar o que determina o Código Florestal, no caso das definições de reservas legais (RL) e áreas de proteção permanente (APP), torna-se imprescindível para atender aos requisitos na ordem ambiental.

No pilar da governança, que nada mais é do que a capacidade de ter uma gestão mais organizada e ética, os sistemas de gestão são de grande valia para pecuaristas, por isso ganham cada vez mais espaço no mercado.

Como saber se toda a cadeia está atendendo as exigências ESG?

 Diante de tudo que vimos até aqui, fica claro que as exigências ESG estão cada vez mais selecionando os melhores agentes do mercado. Mas precisamos fazer uma pergunta para o setor varejista, frigoríficos e compradores de gado: 

Como saber se um ator da cadeia produtiva está atendendo as exigências quanto ao ESG?

A resposta é bastante complexa e depende de uma gestão muito bem fundamentada, mas devemos partir do princípio de que os dados são essenciais!

Mas como obter tais dados?

Neste aspecto, a Agrotools se configura como a grande aliada do setor varejista. Com foco na coleta de dados sobre o agro, as soluções Agrotools são o ponto de partida para que frigoríficos e todo o setor varejista da proteína animal tenham os melhores dados à disposição. 

Com profissionais altamente dedicados e qualificados, a Agrotools tem soluções digitais que oferecem total controle e visibilidade de toda a cadeia do agronegócio em tempo real.

No caso da definição de área de Reserva Legal de fornecedores, as Functions (APIs), disponibilizada pela Agrotools, permite verificar propriedades em conformidade com o Código Florestal por Consulta ao CAR.

Com essas APIs é possível:

  • Ter acesso a informações relevantes que norteiam a análise de crédito e seguro agrícola;
  • Poder fazer consulta digital e rápida ao CAR (Cadastro Ambiental Rural);
  • Ter acesso fácil a informações sobre um território delimitado pelo CAR;
  • Atender a determinações do Banco Central do Brasil (BACEN), Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Ministério do Meio Ambiente (MMA);
  • Atender a diretrizes do Ministério Público Federal (MPF) quanto às atividades pecuária e agrícola, em especial na Amazônia.

Ainda no aspecto de conservação ambiental baseados em ESG, as APIs oferecidas pela Agrotools permitem a consulta a embargos ambientais no IBAMA, base fundiária do INCRA, sobreposição com unidade de conservação, entre outras possibilidades.

Na questão social do ESG, há também ferramentas Function que verificam outros pontos importantes, como o Trabalho Análogo ao Escravo, Dívidas Trabalhistas e sobreposição com Terra Indígenas, Quilombolas nas propriedades fornecedoras.

Além do mais, frigoríficos e setor varejista também tem o nome da marca a zelar perante à sociedade.  Para isso, a Agrotools também oferece a solução Brand. Essa solução permite garantir a conformidade de fornecedores de proteína animal diante do ESG, blindando a marca dentro do mercado consumidor.

O Brand digitaliza toda a cadeia de suprimento de proteína animal, do campo ao varejo, com tecnologia e base de dados única. Com isso, é possível proteger o maior ativo das companhias: a marca.

Com essa solução, o setor varejista consegue identificar o cumprimento de legislações socioambientais, mitigando riscos que podem causar danos ao nome da sua empresa.

Importante ressaltar que todas essas soluções Agrotools podem ser adquiridas de forma completa (todo o pacote) ou individualizada, de acordo com as necessidades específicas, otimizando toda a experiência.

Você quer colocar sua empresa em compliance com as principais regulamentações mundiais associadas ao ESG e blindar sua marca contra escândalos e prejuízos imensos? Então adote as soluções Agrotools e saiba se a origem dessa matéria-prima está livre de riscos.


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