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O que é ESG e como ele impacta a agroindústria e o setor rural

O que é ESG e como ele impacta a agroindústria e o setor rural

28 de fevereiro de 2021

Tempo de Leitura: 11 minutos

Questões ambientais, sociais e de governança associadas ao conceito ESG são hoje fundamentais no meio corporativo. A sigla se tornou comum nas negociações e uma exigência básica de consumidores e empresas em todo o mundo.

Vivemos em meio a uma crescente preocupação por produtos agropecuários sustentáveis. As práticas ESG são  essenciais nas análises de risco e nas decisões de investimento. Uma empresa que está em conformidade com tal agenda entende quais são seus impactos negativos e positivos na sociedade e consegue agir sobre eles

No Brasil, o entendimento e a aplicabilidade dos critérios ESG é cada vez mais uma realidade. O bom gestor deve compreender a iniciativa para além das normas básicas e usá-las como estratégia para criação de vantagem competitiva e geração de valor do seu negócio.

Nesse artigo, você vai entender mais sobre as práticas ESG e as oportunidades que elas podem gerar ao agronegócio. Também vamos analisar o gerenciamento de risco como estratégia nas negociações do setor, através das facilidades trazidas pelos recursos tecnológicos.

Não perca esses insights para expandir sua atuação no setor rural!

O que é ESG e como ele impacta a agroindústria e o setor rural

ESG é uma sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, traduzindo em português significa Ambiental, Social e Governança. O termo corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização.

O conceito é muito utilizado para descrever o quanto uma empresa busca meios de minimizar seus impactos no meio ambiente, construir um mundo mais justo e responsável para as pessoas em seu entorno e manter os melhores processos de administração.

Na prática, o ESG consiste em três critérios que medem os impactos sociais e ambientais em uma empresa. São eles:

1.)   Environmental / Ambiental : refere-se às práticas corporativas voltadas ao meio ambiente. Como o compromisso com a diminuição da emissão de gases poluentes, a luta contra o desmatamento e o uso consciente dos recursos naturais.

 

2.)   Social / Social: refere-se à responsabilidade social e ao impacto da empresa na luta pelos direitos humanos e às leis trabalhistas. Exemplo: contra o trabalho escravo e infantil, a paridade salarial entre homens e mulheres, segurança no trabalho etc.

 

  3.)  Governance / Governança: está relacionado às políticas de administração da empresa como a conduta corporativa e investimentos em processos transparentes. Questões como composição do conselho, práticas anticorrupção, existência de um canal de denúncias, auditorias, entre outros.

 

O ESG é uma iniciativa voluntária que promove o crescimento sustentável e da cidadania, por meio de lideranças corporativas comprometidas e inovadoras. É necessário minimizar os impactos negativos e potencializar os positivos, assim como equacionar os prejuízos já provocados.

O conceito foi criado em 2004 em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, chamada Who Cares Wins. É hoje a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16 mil membros, entre empresas e organizações, distribuídos em 69 redes locais, que abrangem 160 países. 

Os critérios ESG estão totalmente relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), realidade nas discussões no mercado de capitais. O intuito da ação é ter uma visão além do lucro, puro e simples, disseminando as boas práticas em passos curtos rumo a uma mudança profunda da gestão mundial de negócios.  Dessa forma, as informações ESG passaram a ser essenciais nas análises de riscos e nas tomadas de decisões dos investidores.

O termo ganhou muita visibilidade nos últimos anos com a preocupação crescente do mercado financeiro sobre a sustentabilidade. Tal contexto é um reflexo da exigência cada vez maior por modelos de negócio mais sustentáveis no campo, em acordo com critérios de preservação do meio ambiente e compromisso com o bem-estar social.

O impacto das empresas no meio ambiente e na comunidade está cada vez mais em evidência. As cobranças por ações sustentáveis aumentaram com o comportamento das novas gerações, que cada vez priorizam mais o consumo de marcas transparentes e responsáveis. As instituições precisaram abrir perspectivas para além de métricas financeiras e passar a considerar seus impactos financeiros, sociais e ambientais.

No Brasil, o ESG é uma realidade cada vez mais presente no meio corporativo e no setor agro. O ramo vem sofrendo com diversas críticas ao modo de atuação, relacionados a problemas ambientais que atingem o país nos últimos anos, com desmatamento recorde da floresta amazônica.

Nesse contexto, há um envolvimento cada vez maior das empresas brasileiras em torno da sustentabilidade e uma maturidade crescente em relação ao tema. Em 2020, segundo levantamento realizado pela Época Negócios, o Pacto Global foi considerado, pelas empresas que atuam no Brasil, a principal iniciativa de sustentabilidade corporativa do País.

Como o ESG cria oportunidades para o agronegócio

A principal razão para o setor rural mudar sua mentalidade, entender profundamente o que é ESG e investir em se adaptar a essa agenda são as oportunidades de transformação que ela pode gerar para o agronegócio.

Atuar de acordo com padrões ESG amplia a competitividade do setor empresarial, seja no mercado interno ou no exterior. Estabelecer uma cadeia limpa de produção no campo, além de ser benéfico para o planeta, também contribui para o acesso a investimentos, linhas de crédito e outros serviços de mitigação de riscos, como o seguro rural.

Seguir os pilares da ESG é indicação de solidez, custos mais baixos, melhor reputação e maior resiliência em meio às incertezas e vulnerabilidades. No longo prazo, estar em conformidade com os critérios de ESG reduz custos e gera valor para o negócio, por melhorar toda a sua gestão.

Vimos nas últimas décadas a responsabilidade social se expandir pelo Brasil e pelo mundo. Empresas e consumidores querem comprar e consumir produtos que sejam de origem que respeite o meio ambiente e cumpra todas as boas práticas envolvidas ao longo do processo.

No mercado, vários fundos passaram a delinear seus investimentos pelas práticas de ESG e alocar os recursos em empresas / projetos que entreguem mais do que o lucro. Dessa forma, ficou claro que é possível implementar a agenda ESG e transformá-las em vantagem competitiva. As práticas são traduzidas em valor e reputação para os negócios.

No entanto, com a expansão da iniciativa, muitas empresas hoje já adotam o ESG e muitos pontos da agenda estão tornando-se práticas comuns. Sendo assim, para criar uma vantagem estratégica real, é preciso que gestores ruralistas adotem medidas profundas de sustentabilidade e que não sejam facilmente copiadas pelos concorrentes. Adotando abordagens detalhadas, transparentes e holísticas em todos os processos do negócio.

Os benefícios desses hábitos abrangem empresários, investidores e consumidores. Estudos mostram que empresas que adotaram a agenda ESG tiveram retornos como maior lucratividade e até uma melhora em seu valor de mercado ao longo do tempo.

Uma pesquisa global com investidores institucionais realizada pela MSCI apontou que as práticas ESG tomaram ainda mais relevância com a pandemia da COVID-19: 77% dos investidores entrevistados aumentaram seus investimentos em ESG de forma significativa.

Importância do gerenciamento de riscos

Gerenciamento de riscos é o processo de identificar e administrar os riscos existentes em uma atividade. No agronegócio, a boa gestão de riscos deve ser capaz de enfrentar os desafios do setor e minimizar resultados negativos.

Aqui quando falamos de riscos estamos falando de incerteza, qualquer evento incerto que possa impactar um negócio. Em uma fazenda ou agroindústria, é muito importante que o gestor considere o futuro nas suas decisões para evitar problemas maiores depois. É uma estratégia concentrada em ameaças e falhas, ou seja, no pior cenário. Mas, extremamente necessária.

Os riscos fazem parte do cotidiano do empresário rural. Ele precisa lidar com efeitos das mudanças climáticas, restrição de recursos naturais, crédito, seguro, abastecimento de insumos e escoamento de safra. Além de fatores de mercado, questões financeiras e da cadeia de fornecedores, como direitos trabalhistas.

Quando ampliamos para o setor e falamos de empresas que se relacionam com a cadeia do agronegócio, o gerenciamento de risco é fundamental para o bom andamento do negócio. Por exemplo, imagine o seguinte cenário: um empresário faz uma solicitação de empréstimo rural a uma instituição financeira. Ele precisa cumprir uma série de regulamentações para ter acesso ao crédito. Quando falamos de propriedades rurais é muito difícil monitorar o que realmente acontece no dia a dia da produção. Nessas horas, a tecnologia entra com o monitoramento de dados por satélite, facilitando o processo, evitando multas, juros e perda de reputação.

A sustentabilidade do setor agro está diretamente relacionada à previsibilidade de rentabilidade. Os avanços tecnológicos auxiliam para ter perspectivas de custos, produção, práticas sustentáveis, receitas e fontes de financiamento. Essas informações vão pautar as tomadas de decisões do negócio. Identificar e controlar incertezas não é uma tarefa simples. Mas, nos últimos anos houve grande avanço na administração e mitigação delas no setor agro.  

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Como a tecnologia fortalece o setor rural

Não há como fugir: os agentes do agronegócio precisam se adequar aos critérios ESG e realizar o gerenciamento de risco se não quiserem perder mercado e dinheiro. Para ser bem-sucedido nessa missão é indispensável investir em alta tecnologia.

Recursos tecnológicos viabilizam análises socioambientais dos territórios de forma ágil e digital, e garantem integridade e confiabilidade na coleta de dados. O uso de dados leva a movimentos de negócios mais inteligentes, operações mais eficientes, maiores lucros e redução de custos.

Na prática, a tecnologia colabora para trazer insights sobre o entendimento das variações de tempo e clima, análises de fertilidade de solo e de terreno, otimização da frota, melhoria nos resultados operacionais da colheita e transporte, logística etc.

Assim, ajudam as empresas do setor rural não apenas a estarem em compliance com os critérios de sustentabilidade ESG, mas também a provarem suas boas práticas, com processos transparentes.

A plataforma Agrotools SAFE faz a garantia do compliance socioambiental nas operações rurais e mitigação dos riscos, para todos os elos que se relacionam ao negócio. Através da solução 100% digital, empresas são capazes de realizar o monitoramento das propriedades e produtores que dão origem aos produtos consumidos em todo o mundo.

Essa tecnologia permite que todas as instituições que se relacionam direta ou indiretamente com o produtor rural obtenham informações legítimas sobre o setor. Por exemplo, empresas de bens e consumo, trading, bancos, frigoríficos, cooperativas, seguradoras etc.

A SAFE elimina a exposição ao risco socioambiental de se relacionar com fornecedores e produtores que não possuam boas práticas ESG e de não cumprimento de exigências, que acarretam multas e sanções. Uma ótima solução para as instituições terem maior segurança e para os fazendeiros e produtores, que garantem acesso a linha de crédito e promovem a boa reputação do seu negócio.

Agora que você sabe melhor o que é ESG e da importância do gerenciamento de riscos, que tal tornar seu negócio sustentável e mais rentável? Conheça mais das soluções digitais oferecidas pela Agrotools, a maior agtech da América Latina, e veja como podemos ajudá-lo.


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