Mercado de carbono no Brasil: caminhos para a redução das emissões no agronegócio
1 de junho de 2023
Tempo de Leitura: 6 minutos
A COP 26, realizada na Escócia, em novembro de 2021, debateu diversas questões relacionadas ao mercado de carbono. Um dos principais objetivos da conferência era discutir como este setor poderia ser aprimorado e expandido para ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover a transição para uma economia mais sustentável.
Sem dúvida, o agronegócio tem participação fundamental nessas discussões, porque pode auxiliar nessa transição e trazer melhores práticas para implementar uma economia de baixo carbono no Brasil.
Por isso, nos próximos tópicos, entenda melhor o que é o mercado de carbono e como o agro pode ser mais sustentável em suas emissões de GEE sem comprometer a sua produtividade!
O que é o mercado de carbono
O mercado de carbono é um sistema econômico criado para regulamentar a emissão de gases de efeito estufa (GEE) por empresas e governos. A ideia é que empresas que emitem menos gases poluentes possam vender suas cotas de emissão para aquelas que excedem o limite permitido. Isso cria uma espécie de mercado onde as emissões de carbono são negociadas, com um preço estabelecido pela oferta e demanda.
O objetivo principal do mercado de carbono é incentivar a redução das emissões de gases de efeito estufa e promover a transição para uma economia mais sustentável, além de ser uma importante ferramenta na luta contra as mudanças climáticas. Isso é feito através da criação de limites para as emissões de carbono e pela implementação de um preço sobre essas emissões, criando um incentivo para a redução dessas emissões.
Existem dois tipos principais de mercado de carbono: o mercado regulado e o voluntário. O mercado regulado é criado pelo governo ou por organismos internacionais, com o objetivo de cumprir metas de redução de emissões estabelecidas por acordos internacionais.
Por outro lado, o mercado voluntário é criado por empresas ou organizações que querem reduzir suas emissões de carbono além do que é exigido por lei, muitas vezes para melhorar sua imagem corporativa ou atender às demandas dos consumidores.
Situação do mercado de carbono no Brasil
No Brasil, o mercado de carbono ainda é relativamente pequeno, mas vem crescendo nos últimos anos. O país participa do mercado regulado através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), estabelecido pelo Protocolo de Kyoto, que permite que empresas brasileiras vendam créditos de carbono para países industrializados que precisam cumprir suas metas de redução de emissões.
Além do MDL, o Brasil também tem um mercado voluntário de carbono, que apesar de ainda ser pequeno, vem crescendo à medida que as empresas brasileiras se tornam mais conscientes das questões ambientais e buscam maneiras de reduzir suas emissões.
Apesar dos desafios, muitas empresas e organizações no Brasil têm mostrado um crescente interesse no mercado de carbono como uma ferramenta para mitigar as mudanças climáticas e promover a sustentabilidade.
O país tem um grande potencial para desenvolver projetos de redução de emissões, especialmente na área de energia renovável e agroflorestal, e pode se tornar um importante player no mercado global de carbono no futuro.
Agronegócio tem papel importante na economia de baixo carbono
A relação entre o agronegócio e o mercado de carbono é bastante significativa, uma vez que o setor agropecuário é responsável por uma parte significativa das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em todo o mundo. Por outro lado, o agronegócio também oferece oportunidades para mitigar essas emissões e promover o sequestro de carbono na atmosfera.
O mercado de carbono é uma forma de incentivar a redução das emissões de gases de efeito estufa através da criação de um sistema de precificação dessas emissões. Ele pode ser utilizado como uma forma de valorizar as práticas sustentáveis adotadas na produção agropecuária, incentivando a adoção de tecnologias e práticas que reduzem as emissões de gases de efeito estufa e promovem o sequestro de carbono.
Assim, a relação entre o agronegócio e o mercado de carbono pode ser benéfica tanto para o meio ambiente quanto para o setor produtivo. A implementação de práticas sustentáveis no agronegócio pode ajudar a mitigar as mudanças climáticas e ao mesmo tempo gerar receita adicional para os produtores, criando um incentivo econômico para a adoção dessas práticas.
Como o agronegócio pode reduzir a emissão ou sequestrar mais carbono
O agronegócio pode desempenhar um papel importante na redução da emissão de gases de efeito estufa e no sequestro de mais carbono na atmosfera. Algumas estratégias para isso são:
- Conservação e restauração de ecossistemas naturais: A conservação de áreas naturais, como florestas, savanas e pântanos, ajuda a evitar a emissão de gases de efeito estufa que ocorre quando esses ecossistemas são destruídos. Além disso, a restauração de áreas degradadas pode contribuir para o sequestro de carbono da atmosfera.
- Agricultura de baixo carbono: A adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis, como a agricultura de precisão, a rotação de culturas, o uso de plantas de cobertura e o plantio direto, pode reduzir a emissão de gases de efeito estufa na produção agropecuária.
- Uso de fontes de energia renovável: A adoção de fontes de energia renovável, como a solar e a eólica, pode reduzir a emissão de gases de efeito estufa na produção agropecuária.
- Tecnologias de captura de carbono: A utilização de tecnologias de captura de carbono, como a bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCS) e o uso de carvão vegetal, pode ajudar a retirar o carbono da atmosfera e armazená-lo em produtos agrícolas ou em reservatórios de carbono.
- Sistemas agroflorestais: A integração de árvores em sistemas produtivos agropecuários pode contribuir para o sequestro de carbono no solo e nas plantas, além de proporcionar outros benefícios ambientais, como a conservação da biodiversidade.
Dessa forma, o mercado de carbono é promissor para as empresas que estão inseridas no agronegócio, principalmente pelo seu potencial de tornar a produção mais sustentável e com menor impacto negativo ao meio ambiente.
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