Mercado Agro como gerador de riqueza na economia
29 de novembro de 2021
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O mercado agro está a todo vapor no Brasil. Motor da economia nos últimos anos, o PIB do agronegócio subiu 9,81% no primeiro semestre de 2021, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Ao mesmo tempo, o setor atrai investimentos privados, tão necessários ao seu desenvolvimento. Foram mais de R$10 bilhões arrecadados por empresas do agronegócio em operações de abertura de capital na Bolsa neste ano. Antes visto como complexo e pouco atrativo, o setor chegou a novos investidores, o que indica um futuro com ótimas perspectivas.
Neste artigo, você conhecerá melhor esses novos investimentos e seus impactos positivos na economia brasileira!
Empresas do agronegócio em alta na Bolsa de Valores
O agronegócio é um dos protagonistas da economia brasileira. Agora, também é destaque no mercado de capitais. Em 2021, foram sete aberturas de capital (IPOs, no termo em inglês) de companhias que fazem parte da atividade, com R$10,5 bilhões levantados — e o ano ainda não acabou.
A Raízen, atuante no setor bioenergético e oriunda de uma união de parte das gigantes Shell e Cosan, levantou sozinha R$6,9 bilhões, o maior número entre todas as empresas que entraram na Bolsa neste ano. De fato, os investidores começam a olhar com bons olhos para o mercado agro.
Os IPOs realizados nos últimos meses destacam as muitas possibilidades do agro no país. A 3Tentos, que arrecadou R$1,3 bilhão, é do setor agroindustrial, enquanto a AgroGalaxy (R$350 milhões) — que é cliente da Agrotools — atua com Insumos e Serviços. Praticamente cada estreante na B3 tem uma atividade diferente, então ainda há muito potencial a ser explorado.
IPOs de empresas do agronegócio em 2021 na B3 (Bolsa do Brasil) | ||
Empresa | Atividade | Arrecadação no IPO |
AgroGalaxy | Insumos e Serviços | R$360 milhões |
Boa Safra | Insumos (Sementes) | R$450 milhões |
BrasilAgro | Imóveis Rurais | R$500 milhões |
Jalles Machado | Sucroenergético | R$741,5 milhões |
Raízen | Sucroenergético | R$6,9 bilhão |
3Tentos | Agroindústria | R$1,3 bilhão |
Vittia | Biotecnologia e Insumos | R$382 milhões |
No fim de 2020, o valor de mercado das companhias do segmento agro listadas na Bolsa era de 4%, o que não faz jus ao seu peso na economia brasileira. Por outro lado, esses novos bilhões são um indicativo de que os investidores estão dispostos a injetar dinheiro em companhias do agronegócio em um futuro próximo.
Aportes também são realizados em empresas de capital fechado
Os investimentos no agronegócio não estão concentrados apenas nas companhias listadas na Bolsa. De acordo com o Distrito Agtech Mining Report, os aportes nas startups do campo já passam dos US$160 milhões desde 2009. Mais da metade do valor foi investido nos últimos três anos, com tendência de crescimento nessas operações.
Esses novos recursos acarretam um efeito multiplicador relevante na economia, porque geram riqueza e ajudam a desenvolver um setor que impacta milhões de pessoas no país. Ao mesmo tempo, o cenário é promissor para empresas que se relacionam de alguma forma com o mercado agro.
Necessidade de investimentos privados no setor
De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o agronegócio precisa de R$900 bilhões em financiamento para cobrir todas as suas demandas, que incluem custeio, comercialização, industrialização e investimentos. Enquanto isso, o Plano Safra 2021/2022 disponibilizou R$251,22 bilhões para o mercado.
Ou seja, fica claro que existe a necessidade de diversificar as fontes de recursos com investimentos privados para alavancar o setor. Nesse sentido, o mercado de capitais é uma excelente alternativa, principalmente porque esses investidores têm interesse em aproveitar o boom do agro, mas não havia tantas oportunidades fora da renda fixa.
Ao mesmo tempo, a criação do Fiagro também deve movimentar o setor. Inspirado nos Fundos Imobiliários, os fundos de investimento no agronegócio estão em fase final de aprovação, mas já somam 27 pedidos aprovados ou em análise pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — o mercado pode atingir R$75 bilhões em quatro anos, de acordo com a XP.
Enquanto isso, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou um plano para reativar a Bolsa de Valores da cidade com foco em investimentos verdes, como transações de créditos de carbono e ativos ambientais. O projeto ainda está no papel, mas é um novo indicativo do horizonte promissor para o mercado agro.
Fatores ESG e vantagens competitivas do mercado brasileiro
Existe algo em comum nessa onda de investimentos no agronegócio 2021: a agenda ESG é um ativo indispensável para a captação de recursos. A atenção dos investidores está direcionada para iniciativas comprometidas com essa pauta, ou seja, que geram impacto socioambiental positivo.
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), em andamento durante o início de novembro, é taxativa quanto à importância de adotar uma economia em linha com essa agenda. A boa notícia é que o agronegócio brasileiro tem vantagens importantes para atrair investidores nacionais e internacionais, entre elas:
- inovação aplicada à agricultura de baixo carbono;
- outras atividades ligadas à agricultura (vertical, urbana, regenerativa);
- linhas de financiamento que incentivam a sustentabilidade;
- extensão do litoral (quase 8.000 km de costa), que favorece a maricultura;
- índice de florestas plantadas, entre outros.
Alguns pontos devem ser destacados para seguir nessa rota de crescimento: rastreabilidade da cadeia para responder aos anseios da sociedade por negócios mais sustentáveis, impacto positivo das companhias no seu entorno e avanço da governança corporativa, apenas citando alguns exemplos.
As movimentações do mercado agro na Bolsa de Valores são indicativos importantes sobre o potencial do setor nos próximos anos. Os novos recursos geram mais prosperidade para a economia brasileira e também indicam oportunidades para as companhias que financiam, asseguram, investem ou trabalham diretamente com essa atividade. Sua instituição financeira ou empresa trabalha diretamente com o agronegócio? Você já ouviu falar nos microsserviços digitais e API’s da Agrotools? Conheça nosso marketplace agro e veja como a inovação pode fazer a diferença no setor!