Histórico do crédito rural no Brasil: origem e evolução
29 de setembro de 2022
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Períodos no histórico do crédito rural
Desde o período colonial, a exportação agrícola teve enorme papel na economia brasileira. Contudo, havia reduzida participação do Estado no financiamento, cenário que começou a mudar na revolução de 30, quando o crédito rural passou a ser executado exclusivamente pelo Banco do Brasil, por meio de sua Carteira de Crédito Agrícola e Industrial (CREAI), criada em 1935. Mas os recursos ainda eram escassos e o acesso dificultado pela fragilidade do sistema, escassez de agências e monopólio governamental. Para efeito comparativo, nos Estados Unidos desde 1916 já existiam os Federal Land Banks (Bancos Rurais Federais) para fornecer financiamentos imobiliários de longo prazo para os agricultores por meio de repasses aos bancos comerciais.Anos 1960 – Criação do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR)
Até 1965, o financiamento do setor rural era concentrado no Banco do Brasil, por meio da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial (Creai). A Lei nº 4.829, sancionada em novembro daquele ano, institucionalizou o crédito rural e pode ser considerado o primeiro grande marco do setor no país. Nos anos seguintes, uma série de decretos e medidas foram criadas para complementá-la. Em 1967, por exemplo, o Conselho Monetário Nacional definiu que 10% dos depósitos à vista do sistema bancário deveriam ser destinados ao crédito agrícola. Foi um período de fortalecimento do mercado.Anos 1970 e 1980 – Dependência de recursos oficiais
Nos anos seguintes à sua instituição, o crédito para produtor rural experimentou um crescimento baseado na viabilização de recursos públicos para os produtores rurais. Entre 1970 e 1986, por exemplo, os empréstimos agrícolas tiveram juros reais negativos, como mostra um estudo da Universidade de Passo Fundo (UPF). No período, houve transferência de R$ 89,48 bilhões (preço corrigido) de renda dos bancos para a agropecuária, principalmente com recursos do Tesouro Nacional. Outras medidas foram tomadas na sequência, como a criação da Poupança Rural, em 1986. Porém, as crises econômicas vivenciadas no fim dos anos 80 e início dos anos 90 comprometeram os investimentos e dificultaram a evolução do histórico do crédito rural.Anos 1990 – Novas fontes de financiamento
A partir de meados dos anos 90, o mercado de crédito rural trouxe novas iniciativas para mudar o cenário anterior. Entre elas, podemos destacar:- definição de taxas prefixadas;
- criação de novas linhas de crédito, com destaque para os investimentos;
- introdução de novos programas para resolver as dívidas rurais, entre outros.

Anos 2000 e 2010 – Modernização do agronegócio
Na esteira dessas mudanças, o crédito rural passou por um forte crescimento nas últimas décadas, que teve impacto direto no desenvolvimento do agronegócio. Isso se deve, principalmente, à modernização do campo. Além disso, novas fontes de recursos também foram criadas. Em 2004, por exemplo, os títulos do agronegócio foram implementados na Lei nº 11.076, com destaque para o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Desde então, ao mesmo tempo em que o crédito rural segue crescendo (alta de 18% na última safra), há também a diversificação dos recursos, como a entrada do mercado de capitais. Ou seja, os recursos públicos seguem com importância, mas outras operações estão em alta.
Fonte: Matriz de Dados do Crédito Rural (MDCR)/BCB
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