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Agricultura de resiliência e Seguro Rural

Agricultura de resiliência e Seguro Rural

Agricultura de resiliência e Seguro Rural

17 de fevereiro de 2022

Tempo de Leitura: 7 minutos

As mudanças climáticas trazem uma grande preocupação para o agro, principalmente pelo grande potencial de perdas financeiras na atividade. Eventos como a estiagem no Sul do Brasil são exemplos recentes disso. Apesar disso, existem boas práticas conhecidas que têm o potencial de reverter o cenário e ajudar no enfrentamento desses fenômenos: a agricultura de resiliência.

Ao mesmo tempo, além da contribuição para os níveis de produtividade das lavouras, essas técnicas também estão alinhadas com uma melhor gestão da carteira de clientes nas seguradoras. Naturalmente, se as propriedades conseguem mitigar os riscos dos fenômenos climáticos, a sinistralidade dos seguros cai e as instituições têm ganhos relevantes na sua rentabilidade.

Veja quais são esses sistemas que tornam as lavouras mais resilientes e entenda como eles podem gerar resultados positivos na gestão da carteira de clientes das seguradoras!

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Resiliência é a chave para mitigar as mudanças climáticas no agro

Os produtores rurais sofrem na pele os impactos das mudanças climáticas. A estiagem que atingiu os estados do Sul e parte do Mato Grosso do Sul, entre 2021 e 2022, já rendeu mais de R$47 bilhões de prejuízos, de acordo com dados do Governo Federal. 

Nessa equação, as seguradoras também veem sua rentabilidade cair, pois necessitam pagar indenizações milionárias e concentradas em curto espaço de tempo. Portanto, é de interesse de todos no agronegócio adotar boas práticas na produção e desenvolver novas tecnologias para minimizar os impactos do clima.

A queda na produtividade e os prejuízos causados pelos desastres naturais têm graves consequências na atividade. O agro garante o sustento de milhões de famílias e leva comida à mesa dos brasileiros.

Assim, com a intensificação das incertezas geradas pelo clima, o país pode viver crises na produção de alimentos, que elevam seus preços e trazem insegurança alimentar para a população. Logo, o combate às mudanças climáticas e a resiliência na adaptação das culturas têm potencial transformador em todo o mercado.

Sistemas conhecidos de produção resiliente

A boa notícia é que o Brasil já tem exemplos de sistemas que proporcionam uma agricultura de resiliência. Como o próprio nome sugere, é um tipo de abordagem que tem a capacidade de manter altos níveis de produtividade mesmo quando há intensificação de fenômenos naturais prejudiciais para as culturas.

No longo prazo, os resultados são importantes para o meio ambiente, porque essas práticas geram impacto positivo na natureza, mas também para todos os atores envolvidos no agronegócio, já que todas as etapas sofrem menos com quedas na produção e, consequentemente, os prejuízos financeiros diminuem.

Veja exemplos de boas práticas que tornam as propriedades rurais mais preparadas para reduzir os efeitos das mudanças climáticas!

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

Ao contrário da produção convencional, a ILPF utiliza sistemas produtivos diferentes (agrícolas, pecuários e florestais) dentro da mesma área. Essa é uma forma de aumentar a eficiência do uso da terra e otimizar os insumos disponíveis, como melhorar a disponibilidade de água e a fertilidade do solo. Assim, a produção é diversificada e atinge níveis mais altos de produtividade.

Sistema de Plantio Direto (SPD)

O SPD é um sistema antigo, utilizado no Brasil desde os anos 70, mas que traz ótimos resultados para os produtores rurais. É centrado em três pilares: ausência ou mínimo revolvimento do solo, cobertura do solo com palhada e rotação de culturas.

Essas técnicas melhoram a conservação do solo e dos recursos naturais, além de serem mais sustentáveis, porque reduzem as emissões de Gases do Efeito Estufa. A manutenção da temperatura do solo e a melhor germinação das sementes são exemplos de consequências positivas para a produtividade das lavouras.

Recuperação da Vegetação Nativa

A recuperação da vegetação nativa pode criar 2 milhões de empregos em 10 anos e incrementar a produtividade agrícola do país em até 90%, de acordo com relatório da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES) e o Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS).

Embora haja uma visão de que agricultura e recuperação da vegetação não possam coexistir, as duas ações são sinérgicas e podem gerar ganhos de produtividade. A agricultura sustentável é mais resiliente no enfrentamento das mudanças climáticas, o que naturalmente também pode diminuir os sinistros por fenômenos naturais.

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Seguro rural contribui para uma agricultura mais resiliente

O seguro rural é um mecanismo fundamental da política agrícola brasileira, porque garante a produção de alimentos no país e a continuidade das milhões de famílias que são impactadas pelo agronegócio. Em período de mudanças climáticas, é uma proteção necessária para lidar com as incertezas.

Em um primeiro momento, a adoção de novas tecnologias e um olhar mais sustentável para a produção parece uma obrigação somente dos produtores. Porém, as seguradoras têm papel relevante no estímulo à agricultura de resiliência, porque fazem parte dessa cultura de inovação e de mitigação de riscos.

A participação das instituições financeiras acontece em duas frentes. Primeiramente, elas são responsáveis por divulgar materiais informativos sobre os riscos que podem ser minimizados, os tipos de cobertura existentes e as cláusulas de riscos que são excluídos do contrato. Ou seja, um lado educacional para os clientes.

Ao mesmo tempo, a seguradora deve aperfeiçoar seus produtos e desenvolver análises mais assertivas, com soluções voltadas para as necessidades dos produtores rurais. Estimular uma maior produtividade faz parte do trabalho da instituição financeira, porque o seguro funciona como um insumo e não como uma “bengala” para os clientes.

Boas práticas impactam positivamente na gestão da carteira

A gestão da carteira de seguro rural tem grande relevância na rentabilidade das seguradoras. Quando ocorre um desastre climático concentrado, como as secas que atingiram a região Sul nos últimos meses, o número de sinistros sobe e o pagamento de indenizações milionárias compromete a saúde financeira da organização.

Existem algumas estratégias para contornar esses problemas, como a diversificação geográfica e de culturas. Durante o período de subscrição, é possível equilibrar os riscos com a venda de produtos diferentes e compensar potenciais perdas. Porém, a agricultura de resiliência também deve ser estimulada.

Isso porque o objetivo do seguro rural é criar uma estabilidade na economia das cidades do campo, que dependem do agronegócio para a manutenção de emprego e renda das famílias. Só que, para alcançar esse objetivo, as seguradoras devem induzir a aplicação de novas tecnologias nas propriedades rurais.

Portanto, para manter os números do seguro rural em alta no país, com recorde de R$68,3 bilhões de valor segurado em 2021, as seguradoras precisam de mecanismos para manter a sua rentabilidade e gerar esse ciclo positivo no mercado agrícola — nesse caso, pela priorização de propriedades que adotam as melhores práticas para se adaptar às mudanças climáticas.

A agricultura de resiliência tem potencial para ser a grande virada no combate às mudanças climáticas nas lavouras. Nesse sentido, as seguradoras que trabalham no mercado agrícola devem incentivar seus clientes a adotar práticas sustentáveis e inovadoras, porque isso gera ganhos de produtividade nas propriedades e melhor rentabilidade na carteira da instituição.


Nossas soluções para seguro rural digitalizam a esteira de seguro agrícola, viabilizando a análise e o mapeamento territorial das propriedades cobertas. Assim, os riscos das operações são mitigados e seguradoras e resseguradoras podem oferecer coberturas com condições mais atraentes para o produtor do campo.

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