Frigorífico: requisitos para o sucesso da atividade pecuária
31 de março de 2022
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O complexo frigorífico brasileiro é um dos mais relevantes para a economia nacional. Atendemos a demanda interna e também a exportação com eficiência, afinal somos protagonistas no segmento de proteína animal.
Prova dessa representatividade é a presença de grandes multinacionais brasileiras do ramo frigorífico na bolsa de valores. O Ibovespa, principal índice da B3 (a bolsa de valores brasileira), conta com quatro multinacionais do setor na composição de sua carteira, a BRF (BRFS3), JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3).
O setor frigorífico nacional teve grande resiliência aos impactos econômicos da pandemia, apresentando boa performance mesmo diante da crise mundial vivenciada nestes últimos dois anos.
Mas, para cumprir as exigências impostas pelo mercado consumidor há a necessidade de promoção de constante aprimoramento na estruturação de toda a cadeia de carne bovina.
Assim, todos têm sua responsabilidade nessa evolução. Frigoríficos, por exemplo, precisam investir intensivamente em qualidade, principalmente para atender as diretrizes de compliance sócio-ambientais mundiais, com regras específicas que assegurem o cumprimento de todas as normas, sem se esquecer da busca pela máxima produtividade e lucratividade.
Neste caso, é indispensável dispor de ferramentas tecnológicas que permitam analisar os sistemas de produção que auxiliam o setor frigorífico para melhor gerenciar seus fornecedores, principalmente quanto às características da área de produção. Tudo isso permite aumento da eficiência operacional.
Diante deste cenário, veja como o mercado frigorífico brasileiro está organizado e entenda a importância da adoção de ferramentas que ajudem os frigoríficos a melhor gerenciar este processo.
Produção pecuária: Grande representatividade no agronegócio nacional
Os últimos dois anos foram desafiadores para a economia mundial. No Brasil, muitos desafios foram impostos para a nossa economia, tais como a pandemia, elevação dos juros, recessão econômica, isolamento social etc.
Mas a pecuária brasileira de corte, mesmo sofrendo com todos esses efeitos, apresentou muita resiliência, representando cerca de 10% do PIB do agronegócio brasileiro e movimentando R$ 747 bilhões no ano (em 2020), segundo Dados do Beef Report – Perfil da Pecuária Brasileira – 2021.
Nossa pecuária bovina dispõe de um rebanho de 187,55 milhões de cabeças, com um abate registrado de 41,5 milhões de cabeças. Nesse mesmo período, o setor frigorífico nacional registrou um aumento de 8% nas exportações de carne bovina, que passaram de 2,49 milhões TEC (Tarifa externa comum) em 2019 para 2,69 milhões TEC em 2020.
Esse aumento das exportações foi decorrente do aumento do número de países de destino (passando de 154 para 157 países) e aumento do volume destinado a mercados já consolidados. Um claro exemplo é a China, cujo volume exportado aumentou 127% entre 2019 e 2020.
Para os próximos anos, a tendência é que o setor viva um ciclo de prosperidade, com ganhos em genética, alimentação do gado e logística. Há uma crescente intensificação no uso de tecnologias como a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) que, através do melhoramento genético, torna o rebanho também mais sustentável, pois promove a precocidade sexual e aumento da eficiência alimentar. Na alimentação, por exemplo, o eficiente manejo de pastagens, o aumento da suplementação mineral e a eficiência ainda maior do gado confinado serão protagonistas.
Na logística, veículos cada vez mais adequados, tanto para o transporte do gado para o frigorífico, quanto da carne para o mercado consumidor, serão uma necessidade recorrente. Mas, pelo potencial do setor, a evolução está sendo bem grande e fundamentada.
Ou seja, o setor agropecuário apresenta todas as possibilidades para um desenvolvimento bastante próspero.
Pecuária brasileira: Próspera, mas que exige cuidados específicos
Como podemos perceber, assim como ocorre com todo o agro, a cadeia da carne brasileira possui grande potencial, com tendência de excelentes números para os próximos anos.
Mas, para que esses números se concretizem, cabe ao setor priorizar a máxima qualidade de toda a cadeia produtiva.
Como já citamos anteriormente, os frigoríficos, por exemplo, devem adotar soluções que permitam um melhor gerenciamento de fazendas fornecedoras. Com isso, eles conseguem muitos benefícios, como evitar fazer negócio com produtores e empresas do ramo pecuário que não cumprem legislações ambientais brasileiras, como o Código Florestal, e assim, exportar para mercados consumidores que exigem melhor rastreabilidade e conformidade socioambiental às regras do país de origem e do país de destinação dos produtos de origem animal
Assim, com o objetivo de promover a expansão do setor agropecuário e a regularização ambiental, o setor pecuário deve focar no desenvolvimento da pecuária em diferentes biomas em longo prazo, mas ao mesmo tempo deve listar ações necessárias para implementar a intensificação.
A liberação de áreas de pastagens por meio da intensificação da atividade pecuária se configura como a chave para o aumento da produção agropecuária, tudo isso aliado à restauração florestal.
A intensificação da atividade pecuária e os cuidados para com o meio ambiente trazem diversos benefícios para toda a cadeia de valor da carne, dentre os quais vale citar:
- Aumento da produtividade e da rentabilidade das fazendas;
- Valorização da terra;
- Melhoria da padronização da carcaça;
- Aumento da oferta de animais para abate;
- Melhoria da qualidade do alimento;
- Maior capacidade de combate ao mercado de carne informal, garantindo segurança alimentar dentro do mercado;
- Possibilidade de diferenciação de preços;
- Redução das emissões dos gases de efeito estufa.
Além disso, para que a tendência de crescimento da cadeia da carne se confirme, é fundamental também investir em medidas que permitam rastrear a cadeia da carne, desde a ração oferecida ao gado até a carne oferecida ao mercado consumidor.
Rastreabilidade na atividade pecuária: Saber o que acontece, do pasto ao prato!
No atual contexto mundial, o conceito ‘do pasto ao prato’ vem sendo difundido ano após ano. Esse conceito visa mostrar ao consumidor qual foi a jornada que a comida fez para chegar à mesa do consumidor.
Isso acontece porque os consumidores estão cada vez mais exigentes com a qualidade dos alimentos que adquirem. Para eles, saber qual é a procedência do que está no prato é ação primordial e critério de escolha dentre as alternativas disponíveis no mercado.
Mas existe grande complexidade envolvida. Na indústria pecuária, há muitas etapas a serem seguidas ao longo do caminho. Por isso, dispor de um sistema de rastreamento é fundamental. Ele fornece informações precisas sobre as características do rebanho e da fazenda.
Dentre as muitas vantagens, a rastreabilidade dentro da cadeia da carne representa uma medida que garante ao pecuarista agir com legalidade e sem nenhuma irregularidade no comércio nacional e internacional.
A rastreabilidade também é uma medida capaz de informar tanto os donos da fazenda como compradores e fornecedores de insumos sobre a distribuição dos produtos e seus derivados, do pasto ao prato.
Além do mais, a rastreabilidade de toda a cadeia se configura como uma ferramenta capaz de identificar os responsáveis pelas ocorrências de desmatamento e outros crimes ambientais e sociais de produtores que realizam seus sistemas de produção sem converter áreas nativas em pastagens.
A rastreabilidade da carne também oferece muitas oportunidades ao setor, principalmente quanto aos seguintes aspectos:
- Grandes compradores fazem pressão pela rastreabilidade. Ou seja, a fazenda que não adotar, pode perder mercado;
- As pressões pela incorporação de novas tecnologias sustentáveis são cada vez maiores nas fazendas;
- Novos arranjos da cadeia representam fatores que podem estimular a rastreabilidade;
- Existem esquemas de financiamento para a pecuária sustentável, como o Plano ABC, que exigem a adoção da rastreabilidade;
- A rastreabilidade dá acesso a mercados de maior valor agregado, ou seja, pagam mais pelo produto.
Rastreabilidade e a questão da sustentabilidade: relação direta
Diante da representatividade do setor frigorífico brasileiro no âmbito mundial, é notório o papel estratégico de toda a cadeia da carne para a conservação ambiental e para a garantia dos direitos humanos e de comunidades tradicionais e povos indígenas.
Todos que atuam na área sabem que a pecuária brasileira é, majoritariamente, realizada a pasto e por isso dependente dos recursos naturais e do equilíbrio climático, além de fazer parte da cultura de diversas regiões.
Tudo isso exige o controle total sobre tudo que acontece com o sistema de produção e parte da solução está intimamente relacionada à busca pela rastreabilidade de toda a cadeia da carne brasileira.
Mas você sabia que frigoríficos têm grande responsabilidade neste contexto?
Como compradores, todos os frigoríficos têm a obrigação de exigir a adoção de algumas regras sustentáveis de seus fornecedores, tais como produção sustentável e proteção ambiental de áreas preservadas.
Frigoríficos também devem monitorar as fazendas fornecedoras que estejam na Amazônia Legal, por meio da assinatura dos Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) da Carne, que são compromissos firmados entre os frigoríficos junto ao Ministério Público Federal (MPF). O objetivo do TAC é o de evitar a compra de animais de fazendas comprovadamente associadas ao desmatamento ilegal, além de avaliar outros critérios socioambientais.
Mas, para isso, dispor de ferramentas de monitoramento e rastreabilidade que permitam essa gestão torna-se imprescindível por parte do frigorífico. Frente aos novos desafios, como a prática conhecida como “lavagem de gado”, que consiste em alterar a origem do gado de uma propriedade “suja”, com irregularidades socioambientais, para uma propriedade “limpa”, em conformidade socioambiental, se faz necessário, além da rastreabilidade, a contínua análise socioambiental dos fornecedores diretos e indiretos, uma das soluções proporcionadas pela Agrotools.
Quando o frigorífico opta por alguma ferramenta que permita uma gestão da cadeia mais ágil e digital, ele terá maior respaldo para a tomada de decisão, permitindo uma operação muito mais competitiva.
Já existem modernas ferramentas com esse propósito, como é o caso do pixel de Análise Sócio-ambiental, da Agrotools. Este Pixel ajuda frigoríficos a identificar o compliance socioambiental, cruzando as informações dos territórios e do produtor com áreas desmatadas, terras indígenas, áreas embargadas, unidades de conservação e demais informações de interesse para o compliance.
Essa plataforma, por meio da inteligência artificial, consegue monitorar e mapear estrategicamente todos os processos, da compra do gado da fazenda até a gestão e a logística de fornecedores.
Essas ferramentas funcionam como uma solução consultiva que considera as particularidades de regras, políticas e identificação de regiões para o negócio frigorífico e, assim, otimizar os processos de compra de matéria-prima de produtores rurais.
Há ainda outras soluções também desenvolvidas pela Agrotools, que permitem a coleta de dados no campo, fazendo todo o mapeamento geográfico, ajudando a identificar novos fornecedores e possibilitando a otimização das rotas de compra de matéria-prima.
O Gix, por exemplo, é um um aplicativo que faz toda a diferença na hora de coletar informações em campo. Ele pode ser utilizado para digitalizar os dados coletados durante as vistorias presenciais e tornar o processo mais prático e eficiente.
Um grande diferencial do Gix é que o aplicativo funciona de forma offline no momento da coleta, sendo fundamental para aquelas regiões sem acesso à internet.
Dessa forma, quando o frigorífico adota um sistema que permite rastrear e monitorar as fazendas fornecedoras de gado, os seguintes benefícios serão conquistados por toda a cadeia da carne:
1.) Permite a adoção de políticas públicas baseadas no desenvolvimento sustentável
A rastreabilidade permite, dentre outras ações, identificar onde ocorrem as necessidades para a regularização ambiental e fundiária, direcionando, assim, as políticas públicas.
2.) Cadeia de fornecimento de frigorífico
Essa medida ajuda a identificar e segregar fazendas que apresentam desmatamento, embargos, invasão de terras públicas, trabalho escravo e que não estão em conformidade com as diretrizes do frigorífico.
3.) Garantia de origem (certificação)
Por fim, a adoção do monitoramento assegura que compradores (frigoríficos) terão conhecimento e informações sobre a origem da carne e a rastreabilidade atribuída a esta.
Por consequência, há uma significativa proteção da marca, além de blindagem reputacional para quem compra matéria-prima agropecuária direta ou indiretamente.
Neste caso, a Agrotools oferece soluções para proteção da marca, que digitaliza 100% do monitoramento da sua cadeia de suprimentos, do campo ao varejo e, assim, garante o cumprimento de legislações socioambientais e mitiga os riscos que podem causar danos ao nome da sua empresa.
4.) Garantir compliance com a agenda ESG no frigorífico
Hoje em dia, o mercado consumidor tem grande preocupação com as questões relacionadas à sustentabilidade. Por isso, o ESG adquire grande importância, exigindo compliance total. Uma boa ferramenta irá permitir isso.
Portanto, se você é gestor de um frigorífico, atua no mercado varejista ou faz parte das cadeias associadas à carne, invista em uma ferramenta que permita otimizar seu processo de compra, com isso você terá a garantia que irá adquirir um produto de qualidade e que atenda todos os requisitos legais quanto à sustentabilidade.
Ou seja, por meio destas ferramentas apresentadas, todos saem ganhando, principalmente com o ganho em agilidade!
Aproveite a importância da rastreabilidade e conheça as ferramentas da Agrotools que permitem análises e monitoramentos de territórios 100% digitais em poucos cliques.
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