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Entenda o que é agricultura digital e conheça os desafios no futuro do segmento agro

O que é agricultura digital? Conheça os desafios e tendências!

Entenda o que é agricultura digital e conheça os desafios no futuro do segmento agro

21 de junho de 2021

Tempo de Leitura: 8 minutos

O uso de alta tecnologia na cadeia de produção agro já não é novidade para a maioria dos agentes do segmento. Mas, você tem real consciência da importância dos dados para quem se relaciona com territórios rurais? E, sabe o que é aquilo que tem sido chamada de “agricultura digital”? 

As respostas para essas questões estão no conteúdo a seguir. Confira. 

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O cenário do setor agrícola no Brasil

O Brasil é um dos líderes mundiais em produção e exportação agrícola. O que explica essa posição de destaque? Uma conjunção de fatores como:

  • condições do solo;
  • clima;
  • relevo;
  • ciência e tecnologia;
  • políticas públicas;
  • empreendedorismo em torno da complexa cadeia produtiva.

Recentes projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) indicam que a produção de grãos no país poderá ultrapassar o atual patamar de 250 milhões de toneladas e chegar a níveis que vão de 300 e 350 milhões de toneladas na safra de 2028/2029.

E quanto à cadeia de proteína animal (de frango, suína e bovina)? As projeções indicam que vamos passar dos atuais 26 milhões para 33 milhões de toneladas até o final da próxima década.

Há, também, crescente demanda por algodão, celulose, leite, açúcar e frutas, especialmente manga, uva e maçã. Muitos indicam o mercado interno e a demanda internacional como os principais fatores de crescimento para a maior parte desses produtos. E tudo sugere que o aumento da produção deve continuar ocorrendo com base na produtividade. 

Assim, é importante nós ressaltarmos a previsão de intensificação da atividade agrícola brasileira nos próximos anos. Há destaque nisso para:

  • múltiplas safras por ano em mesma área;
  • recuperação de pastagens degradadas;
  • irrigação de precisão;
  • uso mais sustentável de insumos e recursos naturais.

Por sua vez, o aumento da população, a contínua urbanização, a maior expectativa de vida, as alterações no padrão alimentar e no poder econômico são fatores que impulsionam uma demanda mundial maior de alimentos, energia e água.

Todo esse cenário, que cria múltiplas oportunidades para o setor, apresenta também diversos desafios e demanda uma mudança de paradigmas, a adoção de novas práticas e novas tecnologias. 

Os desafios e os riscos enfrentados pelo setor agro

A agricultura é uma atividade de retornos e riscos significativos, com processos produtivos e negócios cada vez mais beneficiados pela disponibilidade e pelo uso de informações.

Dimensões técnicas, econômicas, sociais e ambientais interessam a todos os segmentos do agronegócio, que buscam indicadores confiáveis para operações e negócios.

Financiamentos, insumos, contratos de comercialização e de seguros, certificações e processos regulatórios passam a depender do desenvolvimento de sistemas inteligentes e de informações a custos razoáveis, que se tornam essenciais para a competitividade e a sustentabilidade, em uma perspectiva de fortalecimento das cadeias de valor da agricultura.

É inegável que os elementos decorrentes da instabilidade climática, de ocorrências sanitárias e de oscilações dos mercados e dos ambientes de negócios sobressaem nos resultados da agricultura, e que os dados e informações a eles referentes devem ser investigados de maneira interdisciplinar. 

Segundo estudo apoiado pelo Banco Mundial, no Brasil perde-se, anualmente, mais de R$ 11 bilhões devido a riscos que poderiam ser minimizados

Os agricultores exercem pouco ou nenhum controle sobre fenômenos naturais como secas, geadas, ondas de calor, vendavais e granizo. Há dependência de informações derivadas de processos analíticos mais complexos para serem capazes de, ao menos, prever tais eventos. Veremos, dessa forma, que mais de 60% da variabilidade e do risco na produção agrícola é causado por efeitos climáticos.

A questão climática 

Para reduzir os riscos e garantir maior resiliência dentro da complexa cadeia do agronegócio, é imprescindível compreender e quantificar os riscos climáticos a que as produções estão expostas nas diferentes regiões do Brasil. 

A tarefa se torna mais complexa dada a dimensão continental do país, a diversidade de cultivos agrícolas, de sistemas de produção e de oferta de recursos naturais – condições de solo, relevo e clima, exige o conhecimento especializado sobre o funcionamento dos agroecossistemas e a correta alocação de competências e recursos. 

A ciência avança no entendimento desses complexos sistemas biofísicos e econômicos com o uso intensivo de dados associados a robustos sistemas analíticos. Nesse sentido, a formulação de políticas, a criação de incentivos e a regulação das atividades econômicas progressivamente incorporam avanços e, consequentemente, passaram a depender de novos processos de informação. 

Medidas de riscos, retornos e impactos produtivos, econômicos, sociais e ambientais tornaram-se um aspecto essencial da inovação. É a partir disso que a Agrotools, com suas estruturas, operações, equipes e produção de conhecimento, promove a agricultura digital para as corporações que estão, de alguma maneira, distribuídas ao longo da cadeia do agronegócio.

A importância dos dados para os bons resultados do segmento agrícola

As tecnologias digitais podem ajudar a resolver essa complexa equação com inúmeras variáveis econômicas, sociais e ambientais, na qual é preciso produzir mais alimentos, com qualidade e com menor uso de recursos naturais. 

Lidar com essa complexidade exige a capacidade de processamento de um grande conjunto de dados e informações para a geração de conhecimento e suporte à tomada de decisões mais embasadas e, consequentemente, mais acertadas. 

Para isso, é necessário: 

  • um grande investimento em tecnologia da informação, garantindo a coleta de dados básicos e primários, usando sensores em campo e remotos
  • o armazenamento, a organização, o acesso e a interoperação de várias bases de dados
  • o desenvolvimento e a adaptação de poderosas ferramentas de processamento e análise de grande volume de dados. 

Assim, na agricultura digital se gera e divulga informações e conhecimentos de forma adequada e compreensível a seus diversos públicos.

A transformação para uma agricultura digital

O que tem sido chamado de agricultura digital é um conjunto de práticas composto por tecnologias, já operacionais ou em desenvolvimento, como robótica, nanotecnologia, proteína sintética, agricultura celular, tecnologia de edição de genes, inteligência artificial, blockchain e aprendizado de máquina, que podem ter seus efeitos transformadores difundidos para o futuro evoluído da agricultura e dos sistemas de produção agropecuário.

O processo de transformação digital não é mais uma opção, é um caminho imprescindível para tornar a agricultura brasileira mais competitiva e com mais valor agregado. 

Essa mudança pode ser entendida como interdisciplinar e transversal, não limitada a regiões, cultivos ou classe social. Seus potenciais benefícios amplificam as inovações e a interação entre os elos das cadeias produtivas agrícolas, promovendo novas abordagens e aplicações para fabricantes de insumos, produtores rurais, processadores, distribuidores e consumidores.

Esse ambiente de transformação digital também molda agendas de desenvolvimento em várias escalas e está associado à Agenda 2030, que envolve 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs). Nesse contexto, a transformação digital na agricultura pode contribuir significativamente para o alcance das ODSs, em especial na: 

  • redução da fome
  • melhora da saúde e do bem-estar 
  • geração de empregos dignos e crescimento econômico
  • redução das desigualdades
  • consumo e produção responsáveis
  • combate à crise climática
  • qualidade da vida sobre a terra
  • paz, justiça e instituições fortes. 

Alguns estudos apontam que o mercado mundial da agricultura digital, em 2021, será de 15 bilhões de dólares, e que 80% das empresas esperam ter vantagens competitivas nesse setor.

 


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