Por que o monitoramento das apólices de seguro rural é tão importante?

Quando falamos da esteira do seguro rural, a fase mais destacada é a subscrição, pois é o momento em que a instituição financeira define quais riscos irá assumir. Porém, as fases seguintes têm igual relevância na sua operação e não podem ser deixadas de lado — é o caso do monitoramento das apólices de seguro rural.

Anteriormente, esse acompanhamento era feito, basicamente, com a visita presencial de peritos, o que naturalmente tinha as suas limitações. Porém, com o desenvolvimento de novas tecnologias para o campo, as seguradoras e resseguradoras podem fazer uma gestão ativa dos riscos da sua carteira de clientes e alcançarem melhores resultados.

Neste artigo, separamos os principais benefícios do monitoramento das apólices e como realizar esse processo de forma eficiente. Confira!

Principais benefícios do monitoramento das apólices de seguro rural

Monitorar as apólices de seguro passa pelo acompanhamento das propriedades rurais de forma remota, desde o desenvolvimento das culturas ou animais ali presentes até a ocorrência de eventos climáticos adversos. Como veremos a seguir, esse processo traz vantagens importantes para a operação das instituições financeiras. Separamos três delas!

Gestão de riscos em tempo real

A essência do seguro é a gestão de riscos, mas como realizar esse processo em larga escala sem a tecnologia? O Brasil é um país continental e, para manter a carteira equilibrada, é necessário diversificar culturas e regiões, então o monitoramento remoto é essencial para cobrir todo esse espaço.

Ao fazer uma gestão ativa dos riscos, a instituição financeira deixa de ser “refém” dos chamados dos produtores e acompanha todas as variáveis em tempo real. Dessa forma, ela sabe que uma região passa por crise hídrica, por exemplo, antes mesmo de receber o contato e pode adiantar o seu planejamento agrícola e financeiro para os meses seguintes.

Redução dos custos operacionais

Um dos grandes desafios do seguro agrário é a rentabilidade. Manter as contas positivas em períodos de alta sinistralidade não é uma tarefa fácil, mas a redução dos custos operacionais é um trunfo importante. Segundo Pedro Loyola, diretor do Ministério da Agricultura, cerca de 30% do faturamento dos prêmios serve para pagar essa indústria do seguro.

Ao realizar o monitoramento remoto, a seguradora tem um ganho importante de logística, porque as vistorias são melhores planejadas. Em vez de deslocar um perito para rodar milhares de quilômetros no Sul do Brasil, a instituição consegue antecipar a ocorrência de eventos climáticos e dimensionar o contingente de peritos necessário, o que deixa os custos mais baixos.

Precificação mais justa do seguro

No seguro rural, a precificação é um pouco diferente dos outros ramos, porque ela depende de um ciclo maior. Em geral, é importante compreender a série histórica de quatro ou cinco anos para definir os riscos com mais precisão. Ao acompanhar as apólices de seguro ativamente, a instituição está adquirindo conhecimento sobre o campo e conhecendo melhor todas as variáveis.

Ou seja, esse acompanhamento não é vantajoso somente para aquela safra, mas para as próximas, porque os dados gerados serão utilizados no próximo período de subscrição. Dessa forma, é possível precificar o prêmio de forma mais justa, deixando o produto atrativo para o produtor, mas sem minar a segurança e equilíbrio da seguradora.

Como monitorar as apólices de seguro rural de forma eficiente

Fazer a gestão do seguro rural em larga escala sem a digitalização é um processo quase impossível. Porém, a tecnologia evoluiu e as seguradoras ou resseguradoras conseguem ter uma visão ampla das propriedades rurais de forma remota, com dados confiáveis sobre o seu progresso. Assim, há ganhos de eficiência, como mostramos a seguir.

Monitoramento contínuo das propriedades

Em vez de visitas esporádicas ou relatórios anuais sobre o clima da região, o monitoramento deve ser realizado de forma constante. As imagens de satélite passaram por uma grande evolução nos últimos anos e estão disponíveis em alta resolução através de soluções digitais.

Periodicamente, esses satélites passam nos mesmos pontos das propriedades e tiram fotos avançadas, permitindo que a instituição compare com as imagens anteriores e acompanhe o seu desenvolvimento. Esse olhar contínuo é mais assertivo, ao mesmo tempo que tem um custo menor.

Antecipação de sinistros

Em períodos de alta sinistralidade, como a ocorrência de uma geada, a instituição financeira pode receber milhares de chamados. Com o monitoramento eficiente, isso deixa de ser um problema, porque ela já detectou anteriormente esse evento e está preparada para atender aos produtores.

Nas propriedades rurais, um atraso de poucos dias na colheita pode acarretar prejuízos ainda maiores por problemas climáticos. Então, ter um sistema de autogestão permite que a logística já esteja pronta e que a instituição consiga antecipar os serviços que pode oferecer ao produtor.

Vistorias qualificadas

Em breve, a tendência é que a tecnologia se desenvolva ao ponto de dispensar a necessidade de visitas presenciais para fazer a regulação de sinistros. Contudo, enquanto não chegamos a esse momento, a digitalização se transforma no braço direito do perito que atesta as perdas.

Tradicionalmente, a vistoria é feita por amostragem, mas isso pode deixar uma visão míope, principalmente em grandes porções de terra. Por outro lado, se o perito e o produtor já têm em mãos as imagens completas e dados consolidados sobre o ocorrido, a consequência é uma análise mais justa das perdas, o que é vantajoso para as duas partes.

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