Pecuária 4.0: Entenda suas características e maiores desafios

Desde o começo dos anos 60 até hoje a produção brasileira de proteína animal passou por transformações importantes, desde as propriedades com grandes pastagens até a já bastante falada pecuária 4.0.

Produzindo cada vez mais no mesmo espaço, sem necessidade de expandir áreas de exploração, a pecuária brasileira é uma das atividades econômicas  que mais se moderniza e se tecnifica, encontrando a fórmula para ser rentável financeiramente e também sustentável do ponto de vista ambiental. Com isso, há elevação da sua participação no cenário mundial, como mostram dados atualizados da ABIEC.

Mas você sabe quais são as principais inovações 4.0 que a pecuária brasileira vem passando? Conheça as principais características e os maiores desafios que têm na pecuária 4.0 uma grande possibilidade de solução.

Pecuária 4.0 no Brasil: muito mais que o uso de modernas tecnologias

Na última década temos uma clara ideia de que a pecuária vem se modernizando em busca de maior credibilidade no mercado, especialmente diante de compradores internacionais exigentes. A melhor utilização dos recursos naturais está no centro das preocupações, reduzindo os impactos da atividade com aplicação intensiva de tecnologias.

Na prática, assim como a agricultura 4.0, ou agricultura digital, a Pecuária 4.0 engloba uma vasta gama de inovações tecnológicas na cadeia produtiva, que permitiram o desenvolvimento da pecuária brasileira, dando a ela um reconhecimento mundial.

Com isso, pecuaristas que implantam sistemas dedicados de gestão, automação de manejos, com sensores e colares inteligentes integrados à internet, genética de ponta, nutrição de precisão e demais inovações da pecuária 4.0 conseguem produzir cerca de quatro vezes mais do que quem permanece  utilizando técnicas de manejo mais antigas.

Assim, são vantagens da pecuária 4.0:

• Aumento da produtividade e rentabilidade
• Redução de erros e falhas
• Melhor aplicação e uso dos recursos disponíveis, como fertilizantes e defensivos agrícolas
• Maior lucratividade
• Torna o sistema de produção muito mais sustentável
• Auxilia nas decisões estratégicas, principalmente com a excelência em supply chain
• Melhor gestão de dados devido  ao monitoramento dos manejos nutricionais, reprodutivos e sanitários em tempo real, que permitem análises mais confiáveis sobre os índices zootécnicos e acompanhamento do desempenho produtivo do rebanho,  indicando o ponto ótimo para o abate, gerando decisões mais acertadas e rápidas
• Maior transparência e segurança ao cliente e maior valorização da @ produzida, por prover um histórico mais completo dos animais garantindo rastreabilidade exigida por mercados consumidores mais exigentes

Mas, a pecuária 4.0 é muito mais que apenas o uso de modernas tecnologias. Ela passa, necessariamente, por uma mudança na forma de enxergar e conduzir a atividade. Do ponto de vista da sustentabilidade, a alimentação do rebanho, por exemplo, está diretamente relacionada às emissões de gases do efeito estufa (GEE) causadores de mudanças climáticas.

Além de que, realizar os manejos de forma integrada à internet, permitindo manter um histórico individual do rebanho é garantir a rastreabilidade, atendendo aos critérios de mercados mais exigentes e que pagam mais por esse nível de controle.

Porém, essa digitalização e automação da pecuária exige profissionais mais capacitados, mais familiarizados com as tecnologias, e melhor remuneração aos mesmos.

A pecuária 4.0 ajuda a resolver variados desafios de produtores

Muitos especialistas destacam que a pecuária brasileira vem se mostrando resiliente às muitas adversidades econômicas do país. Mesmo com as volatilidades do mercado e dos desafios enfrentados pelos produtores, a pecuária mostra sua força.

Assim, se por um lado os preços recordes da arroba beneficiaram pecuaristas, por outro, a alta dos custos de produção desafiou a gestão e a resiliência dos produtores. 

E é nesse ambiente que a aplicação de tecnologias da pecuária 4.0 tornou-se ainda mais evidente, principalmente por pressão do mercado internacional, que impulsionou a adoção de tecnologias 4.0 nas fazendas.

Atualmente, já se fala da Pecuária 5.0, que se diferencia da 4.0 por não se restringir aos processos de produção, mas incorporar efetivamente os valores fundamentais da sociedade, com um conceito além da produção de alimentos, considerando também a sustentabilidade, qualidade de vida, saúde única e preservação da biodiversidade.

Com a chegada da rede 5G no Brasil, que atinge a velocidade de até 10 Gb/s e permite a conexão de até 1 milhão de disposivos/km², o uso de inteligência artificial, a comunicação entre diversas máquinas conectadas, tendência chamada de Internet das Coisas, Blockhain e Realidade Aumentada se tornará mais comum no agro.

Por meio do mapeamento por satélite das áreas de plantio e pastagem (planejamento agrícola), e da análise de solo georreferenciada, é possível aplicar de melhor forma tecnologias já existentes como a pulverização de defensivos agrícolas por drones, e outras relacionadas à irrigação e fertilização.

Essas tecnologias, que permitem a criação de mapas em tempo real, com informações sobre presença de pragas e doenças, sobre a distribuição de sementes na área plantada, não só tornam possível corrigir problemas ainda na mesma safra, por exemplo, como também possibilitam a identificação de padrões de comportamentos que podem ser evitados nas próximas safras.

Outro desafio que essa revolução tecnológica na pecuária ajuda a resolver está relacionado às medidas da agenda ESG, cada dia mais exigida por compradores e consumidores de proteína animal em todo o mundo.

Neste caso, as soluções tecnológicas da Agrotools permitem à toda a cadeia fazer o monitoramento e análise socioambiental de territórios de forma totalmente digital, permitindo ao usuário conhecer geograficamente toda a cadeia produtiva e, assim, mitigar riscos socioambientais e garantir a conformidade dos negócios.

Portanto, as tecnologias e inovações da pecuária 4.0 são vastas e continuam evoluindo, com as empresas que se relacionam, direta ou indiretamente, na cadeia produtiva de proteína animal adotarem inteligência de dados em suas operações para ter maior sucesso na atividade pecuária.

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